sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Não quero ir trabalhar

Fui para professora porque foi algo que sempre quis ser desde pequena. Ao longo dos anos, tive altos e baixos nesta profissão, escolas que gostava mais ou menos, alunos melhores ou piores mas sempre gostei do que fazia, no entanto é a primeira vez que não me apetece ir trabalhar de todo. Se me dissessem que não precisava de ir trabalhar mais este ano letivo daria pulinhos de contentamento. 
Sinto uma desmotivação que nunca me lembro de ter sentido, uma falta de energia e de vontade de me levantar da cama para ir para a escola como nunca senti. Só de pensar que ainda faltam dois períodos letivos e que janeiro e fevereiro não têm um único feriado até fico mal disposta. Realmente quando não se gosta do que se faz trabalhar é um sacrifício e parece que o tempo não passa. Estou a adorar esta pausa letiva do Natal como nunca adorei nenhuma. Sempre gostei de me sentir ocupada e às vezes até me aborrecia de ter tantos dias livres seguidos. Agora não é assim, quem me dera que o tempo parasse e que não tivesse de voltar ao trabalho. Mas a realidade é outra, vou mesmo ter de "gramar" aulas com aquele horário até junho... Não há volta a dar, não há nada que possa fazer...infelizmente. 

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Ter o passado de volta

Admito que me queixo muitas vezes sem razão, mas só percebo isto quando fico pior, quando as coisas pioram. Ou seja, não sei avaliar, não percebo o que é uma situação má ou boa. Esta minha característica irrita-me, a sério que me irrita. É do género "Já fui tão feliz e nem percebi". 
Tal como já escrevi sobre isto, no trabalho estou a ter um ano bastante difícil... Na verdade, a parte social no trabalho é inexistente e não estou a saber lidar com isso. 
Ontem encontrei uma colega do ano passado e voltei a ter muitas saudades dos dois últimos anos letivos. Já sei, na altura queixava-me e queixava-me. Lá está, tola, nem percebi como estava bem.
Há dois anos passava tempo com a minha colega de inglês e também criei relações de amizade com as colegas titulares. O ano passado também criei relações de amizade e não passava nenhum intervalo sozinha, nenhum. Passei muito bons momentos nesses dois Agrupamentos, queixei-me de barriga cheia. As pessoas davam-se comigo, eu não era ignorada, era tratada como parte das escolas, como uma professora mais. 
Este ano estou sempre, sempre sozinha. Passo todos os intervalos de 45 minutos sozinha. Ninguém fala ou passa tempo comigo. Acho que ninguém repara na minha existência. Sou uma "outsider", não faço parte das escolas, não sou vista como uma outra professora. Sinto-me invisível, estar ou não estar é indiferente. Já me questionei se serei eu que ando sem vontade de tudo, mas acho que não. Sou eu que vim de novo, acho que quem já estava deveria ter-me recebido e ter-me feito sentir bem. Ignorar-me, ou melhor, só repararem em mim para assegurar o trabalho, não é forma de agir com ninguém. 
Tenho muitas saudades dos dois últimos anos letivos, queria ter o passado de volta. Sei que não posso ter esses dias que passaram, mas como está a ser tão difícil viver o meu presente, esse é o meu desejo.